Hoje eu consegui um tempinho para postar aqui no blog, e eu tenho umas coisas interessantes hoje, os contos maravilhosos!! Hoje eu trouxe 2 contos pra vocês!!
Contos Maravilhosos São narrativas que em algo mágico, sobrenatural, interfere no rumo dos acontecimentos. Nascem da tradição popular e, em geral, retratam a luta de um herói ou heroína(o protagonista) contra um vilão ou vilão ( o antagonista).
A Menina dos Fósforos
Estava muito frio, a neve caía e já estava começando a escurecer. Era a noite do último dia d ano. Uma menina descalça e sem gasalho andava pelas ruas, no frio e no escuro. Quando atravessou correndo para fugir dos carros, a menina perdeu os chinelos que tinham sido da mãe e eram grades demais. Um ela não achou mais e um garoto levou o outro, dizendo que ia usar como berço quando tivesse um filho.
A menina já estava com os pés roxo de frio. Tinha um pacotinho de fósforos na mão e outro no bolso do avental velho. Naquele dia não tinha conseguido vender nada e estava e estava sem um tostão. Com frio e com fome, ela andava pelas rias morrendo de medo. A neve caía no cabelo cacheado, mas ela não podia pensar no cabelo e nem no frio. As casas estavam iluminadas e havia por toda a parte um cheirinho gostoso de assado de Ano Novo. Era nisso que ela pensava.
Num cantinho entre duas casas, ela se encolheu toda, mas continuava sentindo muito frio. Voltar para casa, nem pensar: sem dinheiro, sem ter vendido nada, era certo o castigo do pai. Além do mais, a casa deles também era muito fria, sem forro e com o telhado cheio de furos e emendas , por onde o vento entrava assobiando.
Com as mão geladas, pensou em acender um fósforo. Conseguiu. A chama pequenininha parecia uma vela na concha da mão. A menina se imaginou diante de uma lareira enorme aquecendo tudo e ela também. Mas logo a chama se apagou e a lareira sumiu. Ela só ficou com um fósforo queimado na mão.
Acendeu outro que, brilhando, fez a parede ficar transparente. Ela viu a casa por dentro: a mesa posta, a toalha branca, a louça linda. O assado, o recheio, as frutas. Não é que o assado. com garfo e faca espetados, pulou do prato e veio até onde ela estava? Mas o fósforo apagou e ela só viu a parede grossa e úmida.
Acendeu mais um fósforo e se viu junto de uma belíssima árvore de Natal. Maior do que uma que tinha visto antes. Velinhas e figuras coloridas enchiam os galhos verdes. A menina esticou o braço e... o fósforo apagou. Mas as velinhas começaram a subir, a subir e ela viu que eram estrelas. Uma virou estrela cadente e riscou o céu.
-Alguém deve ter morrido.
A avó - única pessoa que tinha gostado dela de verdade e que já tinha morrido - sempre dizia: ''quando uma estrela cai, é sinal de que uma alma subiu para o céu''.
A menina riscou mais um fósforo e, no meio do clarão, viu a avó tão boa e tão carinhosa, contente como nunca.
-Vovó, me leva embora! Sei que você não vai mais estar qui quando quando o fósforo apagar. Você vai desaparecer como a lareira, o assado e a árvore de Natal.
E foi acndendo os outros fósforos para que a avó não sumisse. Foi tanta luz que parecia dia. E a avó ali, tão bonita, tão bonita. Pegou a mnina no colo e voou com ela para ode não fazia frio e não havia dor. Foram para junto de Deus.
De manhãzinha, as pessoas viram no canto entre duas casas uma menina corada e sorrindo. Estava morta. Tinha morrido de frio na última noite do ano. Nas mãos, uma caixa inteira de fósforos queimados.
- Ela tentou se esquentar, coitadinha.
Ninguém podia adivinhar tudo oque ela tinha visto, o brilho, a avó, as alegrias de um novo ano.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUxRL4rMRf0mqkLo2isPQ1G0HN0U9rg9b15jCSg971UsQJ7s65-daGRy5nFRL3tCt2uOp9v841qBYowlLxFsu1OMJOiz8QRV5D0PBwFcNfohL0rX2RyMBZ1HI-NSi3jUD6KVkWb9JET2qC/s1600/a+moura+torta.jpg)
Era uma vez um príncipe que, tendo chegado à idade de se casar, não encontrou nenhuma moça que lhe agradasse. Seu pai, que já estava muito velho, vivia muito triste por não ter seu filho encontrado uma princesa para esposa. Receava morrer, deixando o filho solteiro. Como poderia ele governar seu reino sem uma rainha e sem herdeiros ?
Aconselhou então o príncipe a visitar outros países. Talvez ele encontrasse, fora do reino, uma princesa capaz de lhe inspirar amor. O jovem aceitou o conselho do seu velho pai e, para não ser reconhecido, partiu vestido modestamente. Depois de muitos dias de viagem, quando se achava próximo de uma cidade, encontrou uma velhinha corcunda, carregando um feixe de lenha. O príncipe ficou com pena da pobre velha e ofereceu-se para carregar a lenha. Quando chegou à cidade, deu à velhinha uma bolsa cheia de moedas. A velha agradeceu a bondade do rapaz, abençoou-o e disse:
— Meu filho, não sei como retribuir o que fez por mim. Só tenho estas laranjas para lhe oferecer. Mas, quando as quiser chupar, só as descasque perto de um lugar onde haja água corrente.
O príncipe guardou as laranjas e seguiu viagem. Depois de muito caminhar sob um sol abrasador, sentiu sede. Não encontrando água no caminho, lembrou-se das laranjas da velha. Tirou uma do alforje e começou a descascá-la. De repente, a laranja partiu-se ao meio e dela saltou uma linda moça , gritando: — Quero água! Quero água! O rapaz ficou extasiado com a beleza da moça, mas como não houvesse naquele lugar uma gota dágua, ela imediatamente desapareceu.
O príncipe ficou muito triste com o fato e seguiu viagem. Dias depois, atravessava ele um grande deserto, quando sentiu uma violenta sede. Lembrou-se, mais uma vez, das laranjas e, quando descascava uma, saltou do seu interior uma jovem, ainda mais bela do que a primeira, pedindo água pelo amor de Deus. O príncipe saiu correndo à procura de água, mas não conseguiu sequer uma gota. Quando voltou ao lugar, a linda moça havia desaparecido, sem deixar nenhum vestígio.
O príncipe ficou muito acabrunhado, mas prosseguiu sua viagem. Depois de percorrer vários países, sem encontrar uma princesa que lhe agradasse, resolveu regressar a seu reino. Quando se encontrava próximo do palácio do seu pai, sentiu uma sede irresistível. Resolveu chupar a última laranja, mas, lembrando-se do que acontecera antes, andou até encontrar um rio. Quando chegou às margens deste, parou e descascou a terceira laranja. Dela saltou uma jovem mais formosa do que as outras, pedindo um pouco dágua. O príncipe correu e trouxe do rio um copo dágua, que ofereceu à linda moça. Esta matou a sede e ficou desencantada. Por isso, não desapareceu.
Contou sua história ao príncipe. Era filha de um rei muito rico, que havia sido transformada em laranja por sua madrasta, que era feiticeira. O príncipe ficou apaixonado pela moça. Pediu-a em casamento e foi aceito. Resolveu então apresentá-la ao pai. Mas como a moça estivesse muito mal vestida, achou conveniente ir sozinho ao palácio buscar roupas bonitas e uma carruagem para sua noiva. Disse à princesa que subisse a uma árvore, que ficava à margem do rio, recomendando-lhe que não falasse com ninguém, durante sua ausência. Feito isso seguiu, a toda pressa, para o palácio.
Mal o príncipe saiu, chegou à beira do rio uma negra muito feia, cega de um olho, a quem chamavam a Moura Torta. A negra abaixou-se para encher o pote no rio. Nisto, avistou o belo rosto da moça refletido no espelho das águas. Ficou admirada de tanta formosura. Julgando que era seu próprio rosto, exclamou:
— Ora essa! Uma moça tão bonita como eu, carregando água! Isto não pode ser! E atirou o pote nas pedras, reduzindo-o a cacos. Depois disso, afastou-se toda orgulhosa, da beira do rio. Quando chegou em casa, disse à patroa que o pote havia escorregado de sua mão e caído no rio.
A patroa ficou aborrecida com a história, mas deu-lhe outro pote e mandou-a de volta ao rio. Quando a negra mergulhou o pote na água e viu novamente o rosto da moça, refletido no rio, ficou outra vez convencida da própria beleza. Atirou o pote para longe e voltou para casa, inchada de orgulho. A moça, ao ver a "pose" da Moura Torta, quase soltou uma risada, mas conseguiu reprimir o riso e ficou à espera do noivo, que já estava tardando.
A patroa, quando viu a negra sem o pote, ficou furiosa. E ameaçou cortá-1a de chicote, se ela voltasse para casa sem água. A Moura Torta, muito sucumbida, tomou de novo o caminho do rio, levando, desta vez, um caldeirão de ferro. Quando se abaixou para tirar água e viu, mais uma vez, a imagem da moça, ficou desesperada. Agarrou o caldeirão de ferro, que a patroa lhe havia dado, e começou a bater com êle nas pedras.
A princesa ao ver a cena, não se pôde conter e soltou uma boa gargalhada. A Moura Torta, espantada, olhou para cima e viu a moça na árvore. Compreendeu logo o que havia acontecido e disse:
— Ah! é você, minha pombinha? Que está fazendo aí nessa árvore? A moça contou que estava esperando o príncipe, seu noivo. Diante disso, a negra subiu até onde estava a princesa e começou a conversar com a mesma. Elogiou os lindos cabelos da moça e pediu licença para penteá-los. A princesa, sem nada desconfiar, atendeu ao seu pedido. Quando a Moura Torta, que era feiticeira, pôs a mão na cabeleira dourada da moça, aproveitou um momento de distração desta e enterrou na sua cabeça um alfinete mágico. Imediatamente a princesa se transformou numa pomba branca, que saiu voando pelo espaço.
A Moura Torta tomou então o lugar da jovem e ficou à espera do príncipe. Quando este chegou, numa carruagem lindíssima, trazendo ricos vestidos para a noiva, ficou desapontado ao encontrar, em seu lugar, uma negra feia e caolha. A Moura Torta lhe disse que tinha ficado assim devido ao sol que queimara a sua pele e aos espinhos da árvore que haviam furado seu olho.
O príncipe ficou muito acabrunhado, mas, como havia dado sua palavra, levou a bruxa para o palácio. O rei quase morreu de desgosto quando conheceu sua futura nora, mas ficou calado para não aborrecer seu querido filho.
Começaram então os preparativos para o casamento. O príncipe enviou convites para todos os reis e príncipes dos países vizinhos. E a Moura Torta mandou fazer os mais belos vestidos e as mais ricas jóias. Mas quando os experimentava, ficava ainda mais feia e ridícula. Ninguém suportava a presença da horrível bruxa.
O jardineiro do rei estava colhendo flores para o casamento, quando viu uma pombinha branca pousar numa roseira e dizer:
Hortelão, hortelão da real horta: Como vai o rei com a sua Moura Torta?
O jardineiro contou o caso ao rei e este ao príncipe. O rapaz ficou intrigado com o acontecimento. Resolveu vestir a roupa do jardineiro e observar a pombinha.
No dia seguinte, à mesma hora, apareceu, de novo, a pombinha, que pousou num galho de roseira e exclamou:
Hortelão, Hortelão da real horta: Como vai o rei com a sua Moura Torta?
O príncipe respondeu:
Come bem, dorme bem, Passa a vida regalada. Tão feliz e sossegado, Como no mundo ninguém!
E acrescentou: — Põe o teu pezinho aqui, minha pomba. — Não, que o meu pé não foi feito para laço de barbante. Dizendo isso, a pombinha bateu asas e fugiu. O príncipe preparou então um laço de ouro. Também falhou Preparou um laço de diamante. Desta vez, a pombinha deixou-se prender. O príncipe levou-a para o palácio e tratou-a com muito carinho.
A Moura Torta, vendo a pomba, nela reconheceu a princesa encantada. Disse ao príncipe que lhe desse a pombinha, pois desejava comê-la. O rapaz ficou com muita
pena, mas não teve remédio senão atender ao pedido da noiva. Antes, porém, de entregar a linda ave, resolveu fazer-lhe um último carinho e passou a mão pela sua cabeça. Notou, com surpresa, que nela existia um pequeno caroço. . . Puxando-o, tirou o alfinete mágico. No mesmo instante, a pomba transformou-se na bela princesa que êle havia deixado na árvore.
O príncipe ficou radiante de alegria e ouviu da moça a sua triste história. Ficou então sabendo da malvadeza da Moura Torta. A notícia espalhou-se pela cidade. O povo ficou tão indignado que correu ao palácio, tirou de lá a bruxa e a queimou na praça pública. Depois, lançou suas cinzas no rio. O príncipe casou-se com a linda princesa. E o velho rei pôde então morrer, tranqüilo e feliz, abençoando o filho, que o sucedeu no trono.
Espero que tenham gostado!!!
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